Porto de Cuba para além dos ataques ideológicos

O financiamento concedido pelo BNDES para a construção de um porto em Cuba gerou uma série de ataques ideológicos e políticos pelos oposicionistas, ataques estes que carecem de argumentos econômicos.

Apesar do burburinho, as críticas não passam pelo crivo de uma análise mais apurada. É o que mostra a entrevista de Thomaz Zanotto, diretor da Fiesp, a Heródoto Barbeiro, da Record News, na qual levanta-se uma série de argumentos de cunho estratégico e econômico que corroboram a decisão do BNDES de financiar o porto cubano. Aí vão eles:

• Cuba está se abrindo paulatinamente e já adota estratégia semelhante à chinesa, de adotar zonas de processamento de exportação;

• O porto foi financiado pelo BNDES utilizando a linha de exportação de bens e serviços de empresas brasileiras, que também é objetivo do banco de desenvolvimento. 80% dos insumos e máquinas utilizados nessa obra são brasileiros, o que alimenta a cadeia produtiva local;

• A operação envolvida é de financiamento, isto é, o dinheiro voltará para os cofres do BNDES. O pagamento está garantido com as próprias receitas geradas pelo porto, operado pela autoridade portuária de Cingapura, que é das mais eficientes gestoras de portos do mundo;

• Existem 300 empresas brasileiras em Cuba. O porto melhora sua posição competitiva no Caribe, região na qual o Brasil ainda tem pouca presença.

Como está claro, as vantagens estratégicas desse projeto são significativas, e vão desde o incentivo à produção interna até a adoção de uma política externa mais ampla do que a mera política comercial.

O interesse brasileiro na adoção de uma estratégia de inserção internacional caracterizada pela atenção às oportunidades oferecidas na América Latina e Caribe justificam por si só o investimento, o que não é reconhecido nas críticas ideológicas, dignas do ultrapassado contexto de Guerra Fria.

Veja o vídeo abaixo:


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Comentários

7 respostas para “Porto de Cuba para além dos ataques ideológicos”

  1. Avatar de Rogério C Guimarães
    Rogério C Guimarães

    Seguramente essa turma não irá devolver esses recursos.
    Nossa saúde padece, nossas escolas padecem por interesse dessa gestão idiota que já está passando da hora de largar o osso.
    Esse comunismo de escravos não interessa ao povo brasileiro. Estão ultrapassados.

    1. Avatar de Marco
      Marco

      Parece que continua não entendo nada. Veja o vídeo novamente.

    2. Avatar de marilia canabrava
      marilia canabrava

      O sr. Rogério C. Guimarães parece desconhecer ou se recusa a aceitar as regras que embasam o negócio do BNDS com Cuba. Não há absolutamente nada de errado e os ataques contra a transação têm como alvo o eleitor também desinformado sobre o o panorama político internacionais e sobre tudo o que se refere o Governo DILMA. A verdade em nós deve ser isenta de paixões de qualquer tipo e muito mais quando se trata dos destinos do nosso País. Por que é que qualquer país não teria o direito de escolher o seu sistema de governo? Veja que os EUA e sua CIA também não aceitam nossa Soberania e busca, vez e outra, nos impor uma ditadura ou interferir em tudo o que que acontece de bom aqui. Da mesma forma ele faz isso com CUBA e os que ignoram a História do mundo ficam repetindo a VEJAS e as GLOBOS da vida.

  2. Avatar de Jonas Moreira
    Jonas Moreira

    Rogério,
    O financiamento não foi feito ao governo cubano, mas para empresas brasileiras interessadas no mercado do hemisfério norte. São empresas grandes, crescentemente internacionalizadas e que vão pagar estes recursos como sempre o fazem.
    Parabéns ao BNDES e ao Brasil pelo apoio as empresas brasileiras e a sua internacionalização!

  3. Avatar de André
    André

    Acho importante também esclarecer que os empréstimos desta natureza são feitos com garantias, normalmente carta de crédito emitida por Bancos de 1ª linha. E este não foi o primeiro empréstimo desta natureza que o BNDES faz. Só pra exemplificar, ocorreram muitos financiamentos para empresas de engenharia brasileiras que atuam na África (Angola, Mauritânia, etc).

    Realmente é importante desvincular a relevância estratégica da paranoia ideológica.

  4. Avatar de Luís Fernando
    Luís Fernando

    Tudo bem! mas pro que não financiar mais portos no BRASIL? Quando os nosso estão carecendo de melhoria na infraestrutura. Os empregos gerados com a melhoria / construção não geraria mais empregos nos BRASIL, aumentando a nossa navegação de cabotagem facilitando a nossa exportação e possibilitando um maior incentivo em nossa indústria de manufatura. Por que financiar algo tão grande fora de nossas fronteiras quando o nosso quintal está jogado as traças.

  5. Avatar de Aluísio Studart
    Aluísio Studart

    Luís Fernando, se você tivesse prestado atenção (se é que viu o vídeo) teria vista no final a explicação pra isso. Aposto que vc é anti-petista. Veja o vídeo integralmente e vai o quão improdutivo foi o seu questionamento…

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