Capital e dívida: dinâmica do sistema capitalista

O livro para download gratuito – Fernando Nogueira da Costa – Capital e Dívida – Dinâmica do Sistema Capitalista. 2020 – reúne meus artigos/posts escritos no primeiro trimestre de 2020. Estão ordenados por níveis de abstração, desde a Ciência Abstrata até a Regulação, passando pela Evolução, no plano da Teorias Aplicadas de diversas áreas de conhecimento, e a Decisão em Finanças Corporativas. Busca, como é esperado pelo leitor, uma Conclusão.

O propósito desse exercício intelectual foi o entendimento da Dinâmica do Sistema Capitalista por meio da acumulação dos estoques de Capital e Dívida. Registra meu maior interesse de estudo e pesquisa, no período citado, ter sido em torno do conceito-chave de Alavancagem Financeira. É fundamental para a compreensão da evolução do Capitalismo Financeiro como um Sistema Complexo e Dinâmico desde sua gênese.

No primeiro capítulo (Abstração), apresento as inspirações dos intérpretes do capitalismo na Física, seja na de Isaac Newton, seja na de Albert Einstein, evoluindo a Ciência Econômica para ser uma Ciência da Complexidade. A evolução do sistema capitalista como um processo histórico e espacial foi anterior às ideias dos pensadores iluministas em defesa do Liberalismo “laissez-faire” contra o Mercantilismo da intervenção estatal.

Essa Filosofia idealista, baseada no método racional-dedutivo, busca moldar os comportamentos dos agentes econômicos por meio de uma ideologia, nem sempre de coesão social. Quando buscou a desincrustação  da economia em relação à sociedade, ou seja, a autorregulação do mercado por si só, houve forte reação social contra o tratamento dos seres humanos e recursos naturais como fossem mercadorias. Essa luta coletiva levou às conquistas como Direitos Humanos e Estado de bem-estar social, propiciando marcos civilizatórios contra o capitalismo selvagem.

Qual é a relação das ideias econômicas com a realidade? Ajuda-nos a compreender a crise econômica atual e o futuro do capitalismo? Ou uma Filosofia materialista, baseada no método histórico-indutivo, permite melhor compreensão da Dinâmica do Sistema Capitalista “avant la lettre”? Para resposta a essas questões resumo, brevemente, as interpretações do capitalismo pelos autores mais representativos das diversas correntes na história do pensamento econômico. E apresento qual é o debate hoje na fronteira do conhecimento na área: Ciência da Complexidade aplicada à Ciência Econômica.

No segundo capítulo (Evolução), coloco maior foco na reunião de argumentos em defesa da hipótese de Alavancagem Financeira via Capital e Dívida ser central no entendimento dessa dinâmica de um Sistema Não Linear. Empreendimento, inovação com destruição criativa e crédito são ideias-chave para a Economia Evolucionária.

Um sistema social é uma série de inter-relações padronizadas existentes entre os indivíduos, grupos e instituições, formando um todo coletivo compreensível pelo holismo metodológico. Para se destacar a importância do tempo, indo além da questão do espaço (nacional ou internacional), saliento o processo de Fusões e Aquisições ser uma Lei de Movimento Social inerente ao Capitalismo Financeiro. Capital e Dívida jamais foram (e podem ser) desincrustados da dinâmica desse sistema como imaginam alguns epígonos críticos da “Financeirização”.

No terceiro capítulo (Decisão), examino os componentes das Finanças Corporativas dentro da Dinâmica do Sistema Capitalista. O primeiro tópico diz respeito a como a consciência de classe não deve levar à adoção do individualismo metodológico para a análise dos fatos e dados. Para os empresários sem visão social, salário é apenas custo e não demanda.

O segundo tópico se refere à inovação e à busca de expansão da produtividade pelos empreendedores. O terceiro analisa a colocação do dinheiro para trabalhar. Alerto para o risco dessa alavancagem financeira. Ela necessita de autocontrole: uma dosagem social certa para evitar o vício.

Sintetizo a gestão do fluxo de caixa para obtenção do adequado resultado líquido. Além da Dívida, este livro destaca o Capital. No último tópico do terceiro capítulo, focalizo a separação entre propriedade e gestão. Analiso o modelo de Private Equity. Fusões e Aquisições fazem parte da lógica da Dinâmica do Sistema Capitalista.

No quarto capítulo (Regulação), testo a hipótese de todos nós, cidadãos brasileiros, empresas não-financeiras e instituições financeiras, além de governos, cooperativas, etc., sermos componentes do Sistema Financeiro Nacional (SFN). De nossas interações e retroalimentações, desiguais e dinâmicas, emerge sua complexidade.

Porém, temos influências desiguais de acordo com nosso fluxo de renda e estoque de riqueza financeira acumulada. Ponderamos essas desigualdades para compreender o SFN. As estatísticas descritivas, publicadas pelo Banco Central do Brasil, B3 e ANBIMA, nos dão um resumo manejável e significativo de fenômenos subjacentes a ele. Analiso o estado atual dele sob regulação de uma equipe econômica ultraliberal, adepta da Economia da Oferta, de corte de gastos públicos e apenas “gotejamento” para os pobres.

No último capítulo (Conclusão), começo com uma síntese do documento oficial da Secretaria da Política Econômica onde ela explicita por escrito, finalmente, a base teórico-ideológica da atual estratégia de política econômica implementada na economia brasileira. Em seguida, exponho os dois polos do debate público na área econômica.

Depois, contraponho duas correntes teológicas para sugerir como o debate entre essas correntes de pensamento econômico está carregado de dogmatismos quase religiosos. Para entender a fase do ciclo vivenciada atualmente, apresento um diagnóstico de acordo com as flutuações do endividamento nos principais ciclos de alavancagem financeira da economia brasileira.

Explico alguns conceitos-chaves para entendimento do pensamento neoliberal: reaganomics, “trickle-down economics” ou Economia do Gotejamento, Economia pelo Lado da Oferta e Curva de Laffer. Defendo a importância do conhecimento da Ciência da Complexidade, para um terceiro pensamento oferecer uma alternativa ao pensamento binário (“preto ou branco”) e ser incluído no debate público.

Finalmente, concluo com meu diagnóstico-síntese do estado atual da economia brasileira: estagdesigualdade. Estando em fase de desalavancagem financeira, apresenta estagnação do fluxo de renda e concentração do estoque de riqueza.

Organizei esse livro nos dez primeiros dias após a suspensão das atividades presenciais em razão da crise sanitária, ocasionada pela pandemia do coronavírus, declarada no dia 12/03/2020 pelo Diretor-geral da OMS. Foram dias marcados pela angústia da quarentena: a sensação psicológica caracterizada pelo sufocamento, por ansiedade, insegurança e ressentimentos aliados à lástima pela falta de liderança capaz no atual governo brasileiro de enfrentar a crise. Nessas circunstâncias, A Comunidade tem de se impor frente a O Estado e O Mercado.

Considerando as limitações individuais, cada cidadão necessita dar o melhor de si em prol da sociedade para virar essa página infeliz de nossa história. Como professor pretendo contribuir para o debate intelectual público ao dispor a todos, gratuitamente, as ideias recentes sobre a dinâmica social e econômica, reunidas neste livro.

Lendo-o, o papel-chave do tempo na vida econômica será apreendido, de maneira oportuna, para seu entendimento como um dos componentes cruciais de um sistema complexo. As configurações transitórias deste emergem pelas interações do conjunto de seus componentes. É possível detectar distintos padrões de comportamento.

Os níveis de um estoque, seja de mercadorias, seja de riqueza, mudam com o tempo, devido ao saldo entre seus fluxos de entradas (suprimentos) e saídas (fornecimentos). Quando estes saem e aqueles não entram, é necessário crédito para capital de giro.

Ciclos de feedback são interconexões.  Os de reforço, como investimentos de empreendedores com inovação e crédito, fazem o sistema se mover. Os de balanceamento, como intervenções governamentais, o impedem de explodir/implodir.

Com reforços de feedback, quanto mais se tem, mais se ganha. Sem controle, amplificam o movimento em círculos virtuosos ou viciosos. Por exemplo, depois da disparatada taxa de juro favorecer às fortunas em renda fixa, sua baixa provocou uma tendência firme de alta em cotações dos valores das empresas. Levou ao boom, auge e crash da bolsa de valores. Atrasos nos fluxos para acumulação de estoque podem gerar obstinação no sistema, isto é, tempo demasiado para regeneração da confiança em negócios e Estado.

“Matar o tempo” é uma expressão usada no momento da distração. “Ter tempo” é estar livre, sem pressa, disponível. “Perder tempo” é usá-lo em coisas inúteis, onde não se obtém bons resultados. “Dar um tempo” ou “pedir um tempo” é solicitar um momento de atenção, ou pedir uma pausa em qualquer outra atividade dispersiva. Peço-lhe para você tomar conhecimento de novas ideias no debate público. É oportuno ultrapassar o mau tempo vivenciado, atualmente, aproveitando-o para aumento da sabedoria.

Por gentileza, baixe, leia e divulgue o livro em sua rede social:

Fernando Nogueira da Costa – Capital e Dívida – Dinâmica do Sistema Capitalista. 2020

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